Colaboração
fevereiro 28, 2014

A COLONIA CAXIAS E SEUS ENTRELAÇOS


A COLONIA CAXIAS E SEUS ENTRELAÇOS

Na história da colonização de Caxias, os entrelaços que deram origem a miscigenação de nosso povo, tiveram início nas primeiras décadas da criação da colônia através dos imigrantes solteiros ou dos filhos dos imigrantes. Como se sabe, para o Campo dos Bugres não vieram apenas italianos, havia entre eles, imigrantes de outras nacionalidades e a colônia já era habitada por trabalhadores e funcionários do governo que tinham se fixado com a missão de preparar a colônia para a chegada dos imigrantes. A maior parte desses trabalhadores e funcionários era de origem portuguesa, alemã e alguns de origem espanhola. Nos primeiros anos após a chegada, começaram os namoros entre filhos dos imigrantes italianos com filhos de imigrantes de outras nacionalidades, assim como os de origem portuguesa que faziam parte do grupo de trabalhadores do governo e já estavam estabelecidos na colônia. Também com alemães que já eram imigrantes mais antigos e viviam nas redondezas, no Vale do Cai nas cidades de Bom Princípio, Feliz e São Sebastião do Cai. Através dessas histórias de amor em nossos primórdios tempos, se constituíram as novas famílias, algumas de puros italianos, mas a maioria de miscigenados, realizando-se o objetivo do Imperador. Pedro IIº que ao botar em prática a colonização por imigrantes, desejava a miscigenação de nossa raça.
A origem desses entre laços foi movida por um único sentimento: O AMOR.
Talvez nem seja exagero dizer que é um sentimento que move tudo, amar e ser amado.
É por amor que os pais incentivam seus filhos a buscar a felicidade e é por amar aos seus pais que os filhos buscam essa felicidade. Por amor os pais sonham ver seus filhos felizes e os filhos buscam a felicidade no amor. É um ciclo eterno. O amor gera os sonhos e os sonhos geram amor.
Somos frutos de amores passados, em nossos genes está à semente dos amores futuros através de nossos descendentes.

Os noivos eram levados em charretes até a igreja
Na praça Dante, nos dias de festas em redor do coreto, nasciam grandes paixões



Essa página tem como finalidade exibir, com um simples exemplo, a importância dessas pequenas histórias de amor na história de nossa cidade e na criação de seu povo. Para esse exemplo, entre milhares no início da colonização, vou usar como protagonistas meus avos paternos. Não por uma questão de genealogia familiar, mas por ser um exemplo característico, por eu conter dados suficientes e direitos para usá-los. Além disso, nada melhor do que contar a história de amor do principal personagem desse blog, Domingos Mancuso alguém que gravou em imagens, muitas histórias de amor, através e seus retratos de casamentos e a razão pela qual se fixou em Caxias, o seu próprio namoro e casamento. Domingos Mancuso e sua história conjugal.

Auto retrato de Domingos enviado de Porto Alegre para Cecília em 1908
com juras (discretas, como era costume na época) de amor.


Domingos
Cecília
Domingos Mancuso chegou ao Brasil, quando tinha apenas 2 anos de idade, junto com seus pais e irmãos, no ano de 1887 e sua família se estabeleceu em Porto Alegre. Não se sabe exatamente quando, mas provavelmente em torno dos anos de 1902 ou 1903, Domingos aprendeu o ofício de fotógrafo tendo como mestre, Virgílio Callegari com quem travou uma grande amizade. Aos 18 anos Domingos serviu a Guarda Nacional onde aprendeu enfermagem e foi Alferes. No ano de 1903, seu irmão Salvador contraiu uma doença pulmonar e por recomendação do médico, devido ao clima, mudou-se para Caxias e Domingos o acompanhou. A partir de 1904, Domingos passou a alternar residência entre Caxias e Porto Alegre, permanecendo naquela cidade por grandes períodos. Salvador morreu alguns anos depois, por volta de 1907 em Caxias,  Domingos conheceu a jovem Cecília Von Schlabrendorff Fonini com a qual começou a “fletar”.
Entre sua alternância de residência entre Caxias e Porto Alegre, Domingos e Cecília, a partir do ano de 1908 passaram a trocar correspondências através de cartões postais, com juras “discretas” de amor. 


Em virtude desse amor, Domingos mudou-se definitivamente para a cidade de Caxias quando então, começaram um namoro mais sério, firmando um noivado e finalmente, casando-se no dia 2 de Julho de 1909. Dando início a primeira geração Mancuso em Caxias do Sul, já miscigenada a alemã, através de seus sete filhos: Caetano, Clemente, Rubi, Carmela, Reno, Rômulo e Ciro. Clemente, Rubi e Rômulo, mudaram-se  para outras cidades casando-se e tendo seus filhos lá. Caetano, Carmela, Reno e Ciro permaneceram em sua cidade natal, casaram e criaram a segunda geração de caxienses miscigenando-se a portuguesa, através de seus filhos, num total de oito netos de Domingos e dos quais, seis fixaram  residência, também, em sua cidade natal gerando e criando a terceira geração de caxienses bisnetos de Domingos, num total de treze que por sua vez, em seus entre laços geraram mais quatro (até agora) tetra netos de Domingos e que darão prosseguimento em seus entrelaços.
Nesse exemplo, assim é Caxias. Miscigenada desde o início de sua história. Miscigenando-se cada vez mais em cada geração. Entre todas as cidades de colonização italiana no Rio Grande do Sul,  Caxias, seguramente é a que mais se miscigenou e “coincidentemente” a que mais cresceu. Fruto de sonhos que geram o amor, seus frutos e seus sonhos que novamente vão gerar amor. Um ciclo eterno e miscigenado.
Enquanto durar o homem que tem seus sonhos de amor e seus frutos.
Nos românticos anos quarenta, o inverno de Caxias e sua beleza era um cenário natural para o nascimento de grandes paixões.

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