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MAN 086
VISTA PARCIAL DA ANTIGA COLÔNIA CAXIAS. A ESTRADA AO
CENTRO SE TORNOU A RUA SILVEIRA MARTINS, CONHECIDA TAMBÉM COMO "RUA GRANDE"
(ATUAL AVENIDA JÚLIO DE CASTILHOS).
CAXIAS DO SUL, CA. 1880
Acervo Renan C Mancuso
Fotógrafo: Domingos Mancuso (reprodução)
Fotógrafo: Domingos Mancuso (reprodução)
Texto : Palavra e Poder
-Centro de Memória da Câmara Municipal de Caxias do Sul Comunicação Social da Câmara Municipal de Caxias do Sul
Pesquisa e Texto Anelise Cavagnolli- Eduardo Ziegler Reis- Geni Salete Onzi
Quem administraria a nova colônia? Como medir e dividir os lotes de terra? Como receber os imigrantes? Como estabelecê-los nos lotes? Quais auxílios e adiantamentos receberiam? Como pagar a terra ao governo? Como reembolsar o governo imperial pelos adiantamentos em sementes, ferramentas e alimentos? Tudo isso estava descrito em lei, tudo estava regulamentado bem antes da implantação da Colônia aos Fundos de Nova Palmira, oficialmente denominada Colônia Caxias. Ao longo da história, várias leis foram promulgadas pelo governo imperial brasileiro com o objetivo de regulamentar a implantação da política de colonização das terras devolutas com imigrantes europeus. A Lei de Terras - Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850 - estabelecia que a única forma de acesso à terra era através da compra, portanto abolia a gratuidade de terras aos colonos. Mas foi o Decreto nº 3.784, de 19 de janeiro de 186710, que aprovou o Regulamento para as Colônias do Estado, regrou e uniformizou a administração das colônias. Após essa data, outros decretos e leis11 foram criados para aperfeiçoar e atender os interesses da política de colonização imigratória. A administração local obedecia a uma hierarquia, da corte à colônia, mantida pelo Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas e desenvolvida pela Inspetoria Geral de Terras e Colonização - no Império; pela Inspetoria Especial de Terras e Colonização - nas províncias; e pela Diretoria da Colônia12 - nas colônias. O Regulamento para as Colônias do Estado, de 1867, previa para a administração da colônia a participação dos colonos em uma junta formada por oito membros: o diretor, o médico e seis colonos. Na prática, a administração esteve centralizada na figura do Diretor da Colônia, que representava a autoridade, com atribuições de coordenar e fiscalizar os trabalhos de implantação do projeto colonizador. O número de imigrantes, principalmente de origem italiana, aumentou rapidamente. Em 1879, quatro anos após o início da colonização, a Colônia Caxias já possuía uma população de 6.398 habitantes13. Para facilitar a administração da ocupação do território, em 1880, a colônia foi dividida em três diferentes sedes: Sede Caxias ou Sede Dante, entre o extremo Norte da 5ª Légua e o Sul da 7ª Légua, a mais importante e onde estava instalada a Diretoria da Colônia; a Sede Nova Milano, na 1ª Légua; e a Sede de Nova Trento, entre a 11ª e a 15ª léguas, atual Flores da Cunha.
-Centro de Memória da Câmara Municipal de Caxias do Sul Comunicação Social da Câmara Municipal de Caxias do Sul
Pesquisa e Texto Anelise Cavagnolli- Eduardo Ziegler Reis- Geni Salete Onzi
Quem administraria a nova colônia? Como medir e dividir os lotes de terra? Como receber os imigrantes? Como estabelecê-los nos lotes? Quais auxílios e adiantamentos receberiam? Como pagar a terra ao governo? Como reembolsar o governo imperial pelos adiantamentos em sementes, ferramentas e alimentos? Tudo isso estava descrito em lei, tudo estava regulamentado bem antes da implantação da Colônia aos Fundos de Nova Palmira, oficialmente denominada Colônia Caxias. Ao longo da história, várias leis foram promulgadas pelo governo imperial brasileiro com o objetivo de regulamentar a implantação da política de colonização das terras devolutas com imigrantes europeus. A Lei de Terras - Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850 - estabelecia que a única forma de acesso à terra era através da compra, portanto abolia a gratuidade de terras aos colonos. Mas foi o Decreto nº 3.784, de 19 de janeiro de 186710, que aprovou o Regulamento para as Colônias do Estado, regrou e uniformizou a administração das colônias. Após essa data, outros decretos e leis11 foram criados para aperfeiçoar e atender os interesses da política de colonização imigratória. A administração local obedecia a uma hierarquia, da corte à colônia, mantida pelo Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas e desenvolvida pela Inspetoria Geral de Terras e Colonização - no Império; pela Inspetoria Especial de Terras e Colonização - nas províncias; e pela Diretoria da Colônia12 - nas colônias. O Regulamento para as Colônias do Estado, de 1867, previa para a administração da colônia a participação dos colonos em uma junta formada por oito membros: o diretor, o médico e seis colonos. Na prática, a administração esteve centralizada na figura do Diretor da Colônia, que representava a autoridade, com atribuições de coordenar e fiscalizar os trabalhos de implantação do projeto colonizador. O número de imigrantes, principalmente de origem italiana, aumentou rapidamente. Em 1879, quatro anos após o início da colonização, a Colônia Caxias já possuía uma população de 6.398 habitantes13. Para facilitar a administração da ocupação do território, em 1880, a colônia foi dividida em três diferentes sedes: Sede Caxias ou Sede Dante, entre o extremo Norte da 5ª Légua e o Sul da 7ª Légua, a mais importante e onde estava instalada a Diretoria da Colônia; a Sede Nova Milano, na 1ª Légua; e a Sede de Nova Trento, entre a 11ª e a 15ª léguas, atual Flores da Cunha.